Uma das maiores paixões do brasileiro é o futebol e, sem dúvida, a superstição está presente em vários torcedores — e tal ato já esteve presente até mesmo na seleção em uma Copa do Mundo.
Em 1958, o Brasil estava na Suécia disputando a Copa do Mundo. A geração canarinho, que contava com nomes como Zagallo, Vavá e um menino de 17 anos conhecido como Pelé, chegou a final do mundial. O adversário? Os donos da casa, a Suécia — que também jogava de amarelo.
A seleção nacional não queria atuar com o uniforme alternativo branco, pois acreditava que ele era “amaldiçoado”. Nesse cenário, com as duas seleções querendo jogar a decisão com as mesmas cores, a FIFA precisou intervir e realizar um sorteio. O vencedor jogaria com a camisa amarela. Melhor para os europeus, que ganharam o sorteio.
Uma apreensão tomou conta do vestiário da seleção, pois ninguém queria jogar com o uniforme branco. Foi, então, que surgiu o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho (aquele que dá nome ao estádio do Pacaembu). Apreensivo, ele olhou para a imagem de Nossa Senhora Aparecida, viu a cor do manto e teve a inspiração para a camisa azul.
A delegação saiu às ruas de Estocolmo e comprou, em uma loja especializada, um kit com 22 camisas azuis. Os integrantes da comissão técnica, Mário Américo e Francisco Alves, ficaram encarregados de costurar e bordar o escudo da CDB (atual CBF) e os números nas novas camisas.
Na final, com um show dos brasileiros, uma goleada por 5 a 2 deu o primeiro título mundial à seleção. Pelé marcou um dos gols mais bonitos da história das finais de Copas do Mundo.
Com a vitória celebrada, o título nas mãos e o “fantasma” exorcizado, a expressão “manto sagrado” passou a ser usada a partir daquele dia.
E foi assim que a seleção passou a adotar a camisa azul como seu segundo uniforme: em homenagem à Nossa Senhora Aparecida!